quarta-feira, 29 de junho de 2011

dieta do palhaço

A alimentação sempre foi um dos grandes temas da humanidade. Primeiramente pela necessidade de sobrevivência, quando tínhamos que garantir a subsistência de nossos grupamentos e organizávamos os processos e estratégias através dos quais conseguíamos nossos alimentos. Isso começou há muito tempo atrás, quando ainda não conseguíamos divisar com clareza as nossas diferenças com outras espécies que habitavam o planeta.

Para superar as eventuais dificuldades começamos praticando a coleta. A oferta não era sempre tão farta, muitas vezes o que era obtido não era suficiente para suprir a demanda do grupo. Evoluímos para uma dieta carnívora a partir do momento em que liberamos as mãos e produzimos as nossas primeiras ferramentas (de ossos, paus, pedras). Tanto na coleta quanto na caça (e na pesca) existia a clara necessidade de deslocamento (nomadismo), com os grupamentos humanos sendo obrigados a procurar manadas ou locais onde existisse uma oferta razoável de água e frutos.

O surgimento da agricultura, da criação de animais e posteriormente do comércio facilitou muito a vida da humanidade. As grandes civilizações erigiram mercados, construíram estradas, estabeleceram regras, definiram a cobrança de impostos e com medidas dessa natureza permitiram que suas comunidades tivessem acesso rápido e fácil aos alimentos. Bastava apenas ter dinheiro para pagar por essas mercadorias...

Daquele período para os dias de hoje muitas alterações surgiram e levaram a estruturação de possibilidades ainda maiores e melhores no que tange a obtenção de alimentos pelos seres humanos. O século XX foi o que maior contribuição trouxe para que a distância entre homens e alimentos diminuísse. Equipamentos como refrigeradores, fogões a gás, fornos de microondas, fornos elétricos e vários eletrodomésticos das mais variadas espécies ajudaram a agilizar os processos de cocção e transformação dos alimentos.

Além dos equipamentos criados pela tecnologia, a humanidade produziu técnicas de armazenamento, formas de conservação por períodos prolongados, alimentos instantâneos, suplementos vitamínicos e viu crescer enormemente a rede de restaurantes e demais estabelecimentos que atendem a demanda alimentícia humana nas grandes cidades.

Entre esses restaurantes, a partir da década de 1950, surgiu uma nova categoria denominada lanchonete fast-food. Desde o seu surgimento esse segmento multiplicou muitas vezes a sua presença e o seu lucro no planeta. As pessoas se afeiçoaram aos sistemas e processos que permitiam a esses estabelecimentos oferecer hambúrgueres, cachorro-quente, batatas fritas, frangos empanados, refrigerantes ou sundaes em poucos minutos.

Para se encontrar, nos dias de hoje, uma lanchonete como essas numa grande cidade de qualquer continente não é preciso muito esforço. Há várias filiais espalhadas pelo mundo. Entre as várias redes, a de maior presença e força é o McDonald’s. Não existiria nenhum problema quanto a esses estabelecimentos se pensássemos apenas no fator oferta de alimentos, pelo contrário, sua existência poderia até ser enaltecida. Entretanto, a qualidade dos alimentos oferecidos por lanchonetes de fast-food virou questão de saúde pública...

Para atestar essa circunstância, o cineasta Morgan Spurlock resolveu comprovar os problemas relacionados a uma dieta baseada no consumo constante de alimentos oferecidos por redes de lanchonetes fast-food. Para tanto, tornou-se cobaia de sua própria experiência e durante um mês se alimentou exclusivamente de produtos oferecidos pela maior rede mundial de lanchonetes fast-food, o McDonald’s. Os resultados? Confira assistindo o filme, um grandioso documentário, vencedor de vários prêmios. Obrigatório e imperdível!

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